HABITAÇÃO SOCIAL – PARAISÓPOLIS

Faculdade Armando Alvares Penteado – São Paulo/SP

A proposta lança um olhar minucioso sobre uma esquina da vasta comunidade. Buscou-se construir uma nova tipologia arquitetônica urbanística, capaz de servir como paradigma para intervenções futuras em Paraisópolis.

IMPLANTAÇÃO
Área localizada na zona sudoeste do município de São Paulo, com uma malha ortogonal incompatível com a topografia acidentada da região, gerando um obstáculo para acessibilidade/mobilidade dos moradores. As ruas se entrelaçam com as numerosas vielas espalhadas ao longo da comunidade.

O trabalho teve como tônica, a compreensão dos problemas sociais, ambientais e econômicos dos bairros periféricos da cidade de São Paulo, tendo como pauta a comunidade de Paraisópolis, fundada na década de 50, inicialmente por trabalhadores que atraídos pelo emprego na construção civil, que haviam migrado para a cidade em busca de uma condição de vida melhor. Estas famílias, por não terem moradia, acabaram por ocupar de um amplo terreno, cujo loteamento seria destinado a classe alta. Atualmente com uma extensão de quase 10 km², estima-se que a população seja superior a 100 mil habitantes. Neste contexto, de alta densidade habitacional, surgem inúmeras questões a respeito das condições dos moradores. Dentre elas destacam-se: as moradias precárias, o ambiente hostil, falta de saneamento, fragmentação na coleta de lixo, dentre diversas outras características que demonstram as carências da comunidade.

PLANTA TIPO
A habitação da fachada leste ocupa 45m² enquanto a oeste 42m², ambas partilham do mesmo setor de serviços. Cada qual possuem dois dormitórios 1 banheiro (Todos com janelas), cozinha integrada com a sala. Sistema construtivo, no térreo estrutura metálica e nas habitações bloco estrutural.

O projeto nasce desta carência, na qual a arquitetura procura minimizar os empecilhos concebidos involuntariamente durante os anos de ocupação, dedicando-se a uma nova tipologia arquitetônica urbanística, que possa levar melhores condições de infraestrutura para os moradores e eventualmente seja capaz de servir como paradigma em possíveis intervenções na comunidade de Paraisópolis.

CORTE
Janelas e portas não dispõem de vergas, o que facilita o sistema construtivo. Escada metálica vazada para melhor ventilação nos ambientes de circulação. O edifício oferece flexibilidade em construir mais habitações, seguindo a planta tipo.

ISOMÉTRICA
Localizado em uma esquina com aproximadamente 2 metros de declividade, no qual a circulação na calçada não existia, a ideia foi atribuir usabilidade nas duas ruas. O que formou, comércio e gentileza urbana. Nos pavimentos acima, habitações e área de lazer aos moradores.

O Edifício em seu entorno

Autor:

Thiago Santos Oliveira

Orientação:

Eduardo Pereira Gurian