Assentamentos precários e cursos d’àgua: uma proposta de intervenção para o córrego Canhema em Diadema-SP

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo/SP

O exercício projetual é entendido como ferramenta de intervenção e aproximação do arquiteto com a população na reconstrução da paisagem em assentamentos precários na cidade de Diadema, tendo como desafios a garantia do direito à moradia, à cidade e ao meio ambiente sustentável.

Este Trabalho Final de Graduação aborda os assentamentos precários, tendo como estudo a problemática dos assentamentos precários no Brasil, que em geral, ocupam áreas de preservação ambiental.

Trecho 01 da propostas de destamponamento e recuperação das margens do córrego Canhema com remoção de moradias e a criação de um parque linear com espaços públicos de fruição ao longo de 450m às margens do córrego.

Trecho 02 da proposta de recuperação das margens do córrego Canhema com a extensão do parque linear proposto. O trecho 02 conta com 550m, onde foram propostos espaços públicos de fruição e uma praia urbana, capaz de ofertar lazer e atuar como área contenção das cheias durantes às chuvas.

Intervir em assentamentos precários tem como desafios a garantia do direito à moradia, e a promoção da paisagem entendida como uma construção que envolve natureza e sociedade.

O exercício projetual teve como objeto o Núcleo Habitacional Vila Olinda, localizado no município de Diadema, no ABC paulista. Aprofundou a história e a realidade de Diadema, que possui 219 favelas, já urbanizadas, das quais 60 ocupam margens de cursos d’água canalizados.

O projeto valoriza as águas do córrego Canhema, que há 30 anos foi canalizado, no âmbito da urbanização da antiga favela. O córrego foi entendido como elemento estruturador na construção da paisagem. O parque linear proposto ao longo de 1 km às suas margens, buscou introduzir um eixo verde com equipamentos públicos de fruição, contribuindo para a requalificação urbana e ambiental do assentamento. Para solucionar a remoção de parte da população em trechos do novo parque, previu-se a construção de habitações nos vazios urbanos presentes no bairro, garantindo o direito à cidade e a permanência das famílias removidas na área de entorno do projeto.

Ampliação de um dos espaços públicos propostos ao longo das margens do córrego Canhema, aliando o lazer e a transposição do córrego, conectando as margens e o bairro.

Corte esquemático conceitual do projeto. No corte ficam explícitas as relações entre as escala edificada existente e a de escala urbana, além das soluções definidas para o projeto de recuperação do córrego Canhema.

Corte esquemático conceitual do trecho da praia urbana. No corte ficam explícitas as relações entre as escala edificada existente e a de escala do pedestre, priorizando as interações entre população e às águas do córrego Canhema.

Autor:​

Felipe Garcia de Sousa

Orientação:

Angelica Tanus Benatti Alvim e Francisco Lúcio Petracco